Os angolanos realizam diariamente mais de 370 mil operações com cartões bancários, como levantamentos e pagamentos na rede ATM, segundo números de um relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA).
D e acordo com o documento, com o relatório e contas de 2014 no sector, a rede “multicaixa” de Angola, que envolve caixas automáticas, terminais de pagamento automático e cartões emitidos por cerca de 20 bancos comerciais, registou em 2014 um total de 135,80 milhões de operações.
Trata-se de um crescimento de 32,47 milhões de operações face a 2013, um aumento superior 31% no espaço de um ano. O relatório do BNA indica ainda que as compras e os levantamentos com o cartão “multicaixa” representaram 25% e 65% do número total de operações financeiras, respectivamente.
O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por quatro subsistemas de pagamento, dos quais três de compensação e um de liquidação. A rede “multicaixa” integra o subsistema de compensação, tal como o Serviço de Compensação de Valores e o Subsistema de Transferências a Crédito.
Segundo dados divulgados em 2014 pelo BNA, existiam em funcionamento no país 2.488 Caixas Automáticas e em Julho daquele ano estavam registados 40.302 Terminais de Pagamentos Automático, que podiam ser utilizados com os mesmos cartões “multicaixa”.
Mais de 40% dos cerca de 4,1 milhões de cartões “multicaixa” emitidos pelos bancos comerciais angolanos (para 24,3 milhões de habitantes) estiveram activos nos primeiros sete meses de 2014, segundo dados revelados na altura pelo banco central.
Neste âmbito refira-se que o acesso das mulheres aos serviços financeiros é ainda limitado, sendo titulares de apenas 28,6% das contas bancárias activas no país. Sendo que apenas 50% da população adulta tem conta bancária.
Recorde-se que as mulheres correspondem a 52% da população, de um total de 24,3 milhões de habitantes. Contudo, tendo em conta os números mais recentes do BNA, estas são titulares de 28,6% das contas activas nos mais de vinte bancos que operam em Angola.
“Detêm 22,71% dos cartões de pagamento emitidos. Quanto ao crédito, as mulheres representam apenas 21,26% do total concedido”, referem dados do BNA.
A informação disponível revela que o acesso a serviços financeiros pelas mulheres é ainda limitado no nosso país, pelo que – do ponto de vista do BNA – é necessário “encontrar caminhos” que possam “intensificar a inclusão financeira” das angolanas, dado o seu “papel preponderante” na “segurança económica das famílias”.
Ainda sobre a inclusão financeira da população, o BNA destaca o lançamento, em 2011, em parceria com dez bancos comerciais angolanos, da campanha de educação financeira de acesso ao sistema bancário para a população com menos recursos.
Envolve, de forma a massificar esse acesso, o “Depósito Bankita”, com a abertura de conta com o montante mínimo de 100 kwanzas (80 cêntimos de euro) e até 100.000 kwanzas (800 euros), bem como a “Poupança Bankita a Crescer”, uma conta a prazo que pode ser constituída a partir de 1.000 kwanzas (oito euros).
Para impulsionar o recurso a estes produtos, recordou o governador do BNA, foi excluída a obrigatoriedade da apresentação do Bilhete de Identidade para abertura de conta, sendo permitida a utilização de qualquer outro documento de identificação.